Saturday, August 30, 2008

Separação

Mais uma sexta-feira se passou… e mais uma festa de casamento também. Como já é sabido, eu sempre me emociono com a união dos noivos e das famílias. Quando escuto os noivos dizerem: “Recebe esta aliança em sinal de meu amor… te prometo ser fiel, na saúde e na doença, na alegria e na tristeza e blábláblá”, tudo o que eu quero acreditar são nessas doces palavras… pois no momento em que se diz isso, é tudo tão bonito, que não é possível pensar que algum dia um infortúnio possa vir a separar este casal.
Recentemente, recebi um e-mail chocante mostrando bolos decorados para celebrações pós-divórcio. Não é concebível alguém celebrar este triste momento, de maneira tão sórdida. Sim, as imagens eram bem fortes… talvez eu tenha selecionado aqui, a mais meiga de todas. Eu concordo que no momento em que se assina um acordo de separação, sente-se um alívio… afinal de contas quem passa por um processo desses sabe o quanto é desgastante o divórcio e muitas vezes, traumatizante, até que se firme o desquite. O que acontece de fato, é que não só o casal se separa…. mas as famílias também. Este cenário demonstra um vazio e uma dor muito grande vinda de ambas as partes. Existe o sofrimento e a frustração pelo fato de não haver dado certo. (aquela história de que ”deu certo durante muito tempo” é prêmio de consolação!). E quando existem crianças, adolescentes ou até filhos adultos envolvidos… a dor e a frustração são muito maiores. Olhar para carinhas inocentes e não saber explicar porque que não existe um pai ou uma mãe presente dentro de casa, dá uma tristeza muito grande… ainda mais quando os pais notam que existe qualquer tipo de sofrimento vindo dos filhos.


Eu sei lá porque que casais tão apaixonados caem no erro de não regar uma relação até que a morte os separe! Seria tão mais fácil encarar um relacionamento com todo o afeto do mundo! Mas não… existe muita gente com aquela vontade doentia em controlar o parceiro, em modificá-lo a todo custo, em anular sua personalidade, em fazer valer o egoísmo ao invés do amor. Enfim… quando isso acontece, vocês já sabem que o “break-up” é inevitável, e que os escritórios de advocacia se abastecem e os consultórios psiquiátricos também. A queixa é sempre a mesma… e neste momento todos viram vítimas. Pois eu vou relatar um fato conhecido: eu me casei muito moça (com 20 anos apenas) e as pessoas ao amadurecerem mudam muito. Posso acrescentar que eu achava que conhecia meu parceiro… mas na verdade eu era uma criança, incapaz de entender a visão dos mais experientes. Depois que eu me casei, muitas coisas mudaram e por conseqüência a filosofia de vida do meu ex-marido também. Hoje eu tenho plena consciência dos meus erros, e o maior deles foi tentar modificar meus hábitos, deixar de fazer coisas que eu adorava e tentar ser alguém que eu não era! A verdade dói, mas o maior responsável em anular o meu ser, fui eu mesma... pois eu permiti isso! Com minha bagagem de experiência um pouco maior do que à 14 anos atrás, devo dizer que ninguém tem que mudar para ser feliz. O correto é encontrar alguém que te respeite e que te ame, como você é. Namorem, se conheçam, amadureçam, vivam até terem a certeza do casamento, pois separação não é fácil.

p.s. Mesmo com todo o sofrimento que tive na minha separação, e durante o casamento, não perdi as esperanças. Ainda vou me casar de novo, ter um parceiro que me ame, que ame meus filhos, e ter o lar que sempre sonhei! Façam valer seus mantras... escrevam no espelho seus sonhos (nas paredes ou aonde quiserem) e acreditem no amanhã! (“The Secret” (O Segredo) de Rhonda Byrne, já é "batido", mas pode ajudar!)

5 comments:

Anonymous said...

Deitcha!
Só uma artista nata como vc poderia descrever a situação com tamanha sutileza.
Não é fácil mesmo, especialmente quando existem crianças.
Mas a vida está aí para ser vivida, com direito a fortes emoções, não é mesmo?
Hoje estou casada pela segunda vez, com alguém que me ama, me faz feliz e a meu filhote também.
É só uma questão de tempo para que um cara maravilhoso venha para você.
Mil beijos da amiga q não te vê muito, mas que te adora e te admira,
Ju Ramacciotti

Andrea Annunziata said...

Juzinha!!! saudades suas!!!! Fico feliz de ver q esta bem!!! Que bom escutar que existe amor e paz na sua casinha!!!! Toda a felicidade do mundo Ju!!!! Vc merece!!!
Mil Beijos,
Dea

Andrea Annunziata said...

Só mais um comment à respeito do tema.... Conversei com uma amiga à respeito de separação esta semana. Ela disse algo muito trsite... disse: "Quem se separa com filhos, come o pão que o diabo amassou". Sei que algumas pessoas ainda vão ler este texto.... então vai aí mais um simples parecer. Se apeguem do lado certo! Eu não comi porcaria nenhuma!!!! Deus sempre está do nosso lado!!!! SEMPRE!!!! Vcs acham que se ele não estivesse ao meu lado, eu estaria aqui escrevendo, divulgando conquistas e dando conselhos? Pois é... O Pai de todos é grande demais... e nós não precisamos de migalhas.

Unknown said...

Andrea, a união é feita de paixão. A paixão pela vida e tudo aquilo que cerca cada um de nós,só existe em pessoas que mantêm viva essa chama.

Em muitas uniões, a paixão se vai e as pessoas definham em relação à vida e a elas próprias. Deixam de curtir os momentos, apreciar os detalhes e aniquilam o romantismo da vida.

Melhor que uma união "apagada" são 1, 2, 3... ou quantas acontecerem, "acesas" e bem vividas.

Lógico, separações são dolorosas, principalmente para os pequenos, mas a união "de fachada" é uma tortura prolongada - para todos.

Vou contar um fato curioso: logo que me separei fui a um casamento de um casal + velho (pós 40), ambos em sua 2a e 3a união. Eu estava na fase que não acreditava em vida após a separação,até aquele evento. Todos na festa eram separados e já estavam em sua 2a, 3a, 4a união. Casos de todos os tipos, sofridos ou não, produção independente, gol no treino, tudo...

Alguns ex-casais foram juntos, cada um com seu novo par, logicamente - levando filhos, incusive.

Surreal, mas me abriu a mente. Absolutamente impactante.

Outro caso, que eu adoro, é de uma viúva amiga dos meus pais, que se apaixonou aos 50 e tantos e casou alguns anos mais tarde - detalhe o marido é 10 anos mais velho. Ela tem 3 filhos e 2 netas e ele uma filha e duas netas.

Normalmente pessoas nessa idade não deixam a paixão tomar espaço. E isso é, pra mim, uma lição de vida: a paixão torna a vida muito mais gostosa e nunca devemos nos fechar para ela.

Não se preocupe com as separações, preocupe-se com as paixões. Você tem se apaixonado ultimamente? Você tem apreciado a beleza do dia, a arquitetura dos prédios a sua volta, as flores nas árvores nesta prévia de primavera, a lua, o café da tarde, o brigadeiro de colher, o sorvete com as crianças (mesmo que no McDonalds)?

Mantenha sua paixão em alta. O resto é consequência.

Andrea Annunziata said...

Mesmo que seja depois de um ano e tanto... vou colocar um comment: Que lindas palavras Maurício! Adorei o que escreveu!!!! Bjs