Wednesday, July 22, 2009

"E da janela, ela se viu..."

E foi naquele dia ensolarado que ela resolveu quebrar as correntes. Se libertar talvez? Talvez sim. Carmen passara anos observando os ventos, derramando lágrimas, agradando familiares, tentando se encaixar num "aquário" de loucos, vestir roupas que mal serviam, falando clichês que todos gostavam de escutar, e a cada dia ela morria um pouquinho. Num determinado momento de sua vida, "A Casa caiu!" => Ops!" Dada a circunstância, ela tinha duas opções: "Viver ou Morrer". Durante dias, noites, meses... ela se perguntara "Por que?". Bom... a resposta todos devem imaginar, e por mais dura que seja, ela só pode ser: "Porque você permitiu meu amor!". (Coloquei o meu amor, para suavizar a resposta). Se tivéssemos a máquina do tempo ou uma bola de cristal, a gente saberia escolher melhor nossos caminhos. Como não temos este artifício, Deus nos deu algo simples chamado "coração". Um órgão que bate valente para que a gente viva... e por coincidência, este órgão vital, é também um guia para os caminhos que devemos tomar. Quem já não sentiu o coração "apertado" quando tem algo estranho no ar, e quem já não sentiu o coração "leve", quando tudo está, como deve ser? Enfim... nada como um dia após o outro. Viver como se estivera num cárcere, é uma opção. Se jogássemos um peixinho, que vivera anos dentro de um aquário, no meio de um oceano... o que será que aconteceria? Bom, existem inúmeras possibilidades para os futuros acontecimentos. Se ele tomar o caminho errado, poderá ser engolido por tubarões, poderá não se adaptar ao novo meio ambiente e falecer, poderá nunca encontrar um lugar ideal... ou par ideal, poderá tantas coisas, não é? Mas eu prefiro olhar para este peixinho, assim como olho para Carmen... os dois tem muito em comum, "Believe me!". Eu digo para Carmen: "E agora? O que você vai fazer?". Ela me olha nos olhos e diz "Tudo!". Eufórica eu grito "Então Carmen decide Viver!!!!". Ela acena com a cabeça em sentido de "sim", me olha profundamente nos olhos, pega suas malas, dá a última tragada no seu cigarro, e desaparece no vasto caminho oceânico. Com certeza, a Carmensita, deve ter tido medo, insegurança, talvez tenha quebrado a cara, e muitas coisas que a vida apronta no meio do caminho... mas o que me contenta é que ela se levantou e resolveu caminhar. A última vez que tive notícias dela, me disseram que ela era outra pessoa... que não tinha muitos amigos, mas que tinha muita fé... e que resolvera escutar somente seu coração, e que desta forma, mesmo com os olhos vendados, e com um oceano à sua frente, conseguiu chegar em terra firme, sã e salva. O que será que ela faz hoje??? Não sei... a minha intuição diz... que ela continua caminhando.

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