Wednesday, September 3, 2014
"E o Vento levou..."
A pouco tempo eu publiquei um pequeno texto sobre uma obra que foi incluída no catálogo 2014 da Artefacto, B&C Beach&Country 15, a qual deveria estar na vitrine da mesma, não fora o rumo que ela mesma escolheu. Sim... a obra criou vida e saiu voando pela cidade. Pasme... levei um susto quando eu soube do ocorrido. O transporte de "Manés" no entanto, não desistiu da fugitiva e foi resgatá-la a beira da Marginal Pinheiros. "Tudo vale a pena, quando a alma não é pequena", concordam? Vou dizer que a alma desta grande obra, realmente de pequena não tem nada... ainda mais pelo texto publicado dias antes do incidente.
Para começar esta obra que media 270cm de largura por 170cm de altura, sim... quase 3 metros de largura, se chama: "Wherever the Wind may take us". Bom, já sabem o que isso significa, não? Abaixo do título a explicação pode nos guiar ainda mais: "Esta obra retrata a vida e sua ambiguidade, o cotidiano e seus percalços, os vínculos e lembranças, vitórias e esperanças... portanto é preciso manter tanto as portas abertas como as janelas abertas, para receber o que os ventos nos trazem. O nome da obra "aonde quer que o vento nos leve" remete a ideia de que o curso deve ser percorrido conforme as leis divinas... de maneira que não podemos interferir no que a vida nos trás." Perceberam? A obra quis voar. Eu não pude interferir, e muito menos o Mané que a transportava no capô de sua Kombi.
Após o resgate, levaram a obra para um hospital chamado "meu atelier". Estavam todos muito assustados e me chamaram para reconhecer o corpo do que restava. Pelas mensagens recebidas percebi que "a querida", não havia sobrevivido ao vôo dado no meio da Marginal. Confesso que me emocionei ao vê-la... afinal sua vida não estava perdida. Embora ela tenha decidido voar, não significava que ela havia decidido morrer. Ela simplesmente queria ser diferente daquilo que fora primeiramente proposto. Resolvi escutá-la com muito zelo, e dei nova vida a obra que se tornou um lindo díptico.
Sim.... a obra se partiu em duas.... mas não deixou de existir ou ocultar qualquer parte que seja. Ela ficou intacta em dois pedaços. Ganhou nova estrutura e um belo restauro que a deixou ainda mais interessante. Moral da história: Dizem que precisamos prestar muita atenção com as palavras ditas. Vou ainda mais longe... o que dizer do que escrevemos? Eu prestaria mais atenção com as palavras escritas... pois se no dizer elas já criam forças... imaginem a dimensão no ato de escrever. Prova viva foi o que acabei de vos contar.
Enfim... a obra conseguiu chegar ao seu destino final e já pode ser vista na vitrine da loja. Quanto às novas obras que estou fazendo... estou atenta ao título e as suas descrições. Acabo de começar uma que se chama... "This one may not be taken by the Wind".
Rsrsrsrs. Fazer o que? Namastê!
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